domingo, 23 de janeiro de 2011

A análise nacional

AJL - Os resultados nacionais surpreendem-me, e pouco, pela limitada expressão da vitória de Cavaco Silva; pelos números da acentuada derrota de Alegre; pela expressão do resultado de Fernando Nobre e de José Manuel Coelho. Um a um, vejamos o que os espera:
Cavaco - A reeleição à primeira volta, apesar de não ter "esmagado" (e poderia tê-lo feito se tivesse tido uma melhor campanha e uma melhor gestão do caso BPN), dá ao Presidente legitimidade para exercer um segundo mandato mais interveniente. Mas prevejo que Cavaco, um conservador no mais conservador dos sentidos, privilegiará sempre a sua interpretação do que é o interesse nacional em cada momento. Ao contrário do que muitos vaticinam, não vai estender o tapete vermelho a Passos Coelho e ao PSD, procurando, sim, que o Governo cumpra o seu mandato. Mas não tolerará desvios como uma má execução do Orçamento.
Alegre - Estas eleições foram o seu hara kiri político. Vai dedicar-se à pesca, à caça e à poesia. Sócrates ganha tranquilidade.
Nobre - O que valem os seus 500 mil votos? Para já, um maior apoio popular à AMI. Daqui a cinco anos, logo se vê. Mas não faltará, no seu núcleo de apoiantes, quem o incentive a prosseguir na política e, eventualmente, a criar um partido. Se resistir às tentações e às pressões, pode ser uma voz a considerar daqui a cinco anos.
Lopes - O sucessor de Jerónimo está encontrado? Fez uma campanha limpa, escorreita, fixou os eleitores do PCP. Mas não entusiasmou. Com ele, o PCP continuará na mesma senda. Mas querem os comunistas outra coisa?
Coelho - Foi às presidenciais para ganhar notoriedade e margem de manobra na Madeira. Será um autêntico carrapato para Alberto João. Vai ser, pelo menos, divertido.
Defensor - Foi a lebre de Alegre nas críticas a Cavaco. Poderia ter sido mais útil ao seu camarada do PS se Alegre não as tivesse feito suas, precipitadamente. Não vai contar para nada, no futuro.

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